A SOLIDÃO DA MULHER NEGRA ENCARCERADA – Por Júlia Flauzino

A integrante e conselheira da Associação Elas Existem Mulheres Encarceradas, Júlia Flauzino, apresentou no 3º Seminário Internacional de Pesquisa em Prisão,  seu artigo ” A solidão da mulher negra encarcerada” :

Resumo: É sabido que o perfil da mulher encarcerada segue o perfil do encarceramento masculino, e não há como fugir da racialização do tema: a mulher encarcerada no Brasil é a mulher negra; e esta, tal qual a mulher negra “livre”, enfrenta opressões que são específicas à intersecção de seu gênero e raça.

A discussão em torno da solidão da mulher negra ganhou força nos últimos tempos através de estudos e estatísticas que dão conta do sentimento de preterimento da mulher negra pelo homem negro, frente a mulheres brancas. A partir do desenvolvimento e aprofundamento do tema, nota-se que a sensação de solidão da mulher negra não se limita à relação amorosa-sexual, mas à diversas formas de abandono, renúncia ou afastamento físico e/ou afetivo.

Quando essa opressão específica é analisada tendo como foco a mulher negra encarcerada, nota-se não somente o seu desdobramento, mas também como ela se intensifica dentro da prisão: Em média, 85% das mulheres encarceradas são mães, porém mais de 70% das mães declararam não receber visitas de seus filhos; 62% das mulheres presas não recebem nenhum tipo de visita; apenas 9,68% das presas recebem visitas íntimas. Além do abandono por parte do Estado, estas mulheres são abandonadas por suas famílias e por seus companheiros.
Através de pesquisa teórica e relatos de presas e funcionárias carcerárias sobre os dias de visita, pretende-se apresentar as principais razões e consequências desse abandono.

 

Faça o Download do artigo completo: A SOLIDÃO DA MULHER NEGRA ENCARCERADA

 

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*Júlia Flauzino é formada em Ciências Sociais pela UFRJ, membra da Associação Elas Existem, mulher preta, lésbica, mãe e militante.

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